Eu estava morrendo de medo dessa viagem. Eu sou Residente Permanente mas eu estava tao ansiosa. Foi me corroendo de medo, ate porque eu não encontrei nenhum post de ninguém que foi e voltou pra contar. 

Então vou contar minha experiencia aqui.

A passagem mais barata que achei era passando pelos Estados Unidos, o que me deixou num nível bem pior de ansiedade (Thanks, Trump). Comprei pela United de Winnipeg para São Paulo (Guarulhos) com escala em Chicago, comprei usando um site chamado FlightHUB, muito bom, recomendo.

A ida foi tranquila, você faz o Clearance dos EUA no aeroporto de Winnipeg mesmo. E' super estranho e rápido. Eles fizeram um terrorismo que tinha que chegar 3h antes, ai' ficamos panguando por 3h.

O Clearance dos EUA em Winnipeg e' bem simples, agora você precisa tirar seu sapato também. Quando chega no oficial de imigração, ele te pergunta porque esta' indo pros EUA, quanto tempo, etc. Depois coloca as mãos pra tirar as digitais num sensor, bate uma foto e pronto, e' só ir em direção a uma porta de vidro onde esta' escrito "Welcome to the United States of America". Mas oi? Pois e', você nem precisa sair de Winnipeg pra chegar nos EUA. 😉

Quando chegamos em Chicago, tínhamos 1h30 pra acharmos o Terminal 1 e o portão. Todas as pessoas que conversamos foram extremamente mal educadas com a gente, aquele baque básico pra você entender que não esta' mais no Canada. Por que as pessoas gostam mesmo dos EUA? 

Enfim, da' pra chegar no Terminal 1 a pé, e' uma caminhada de uns 15 minutos, passo rápido, como você já passou pelo clearance, não tem mais nem raio-x, e' so achar o portão. 

Alias, eu achei o aeroporto bem confuso. Achamos os portões pra o voo de São Paulo onde os atendentes e todo mundo falava português. Não tinha wi-fi disponível. Acho que ate tinha, mas como todo mundo ali estava falando pra caramba em ligações com a família não sobrou nenhum pra mim. 

A viagem foi muito boa, recomendo a ida pro Brasil com a United, muita comida, avião espaçoso e limpo. 

Chegamos em São Paulo e fomos pra BH de Latam. So' que o aeroporto de Confins esta' umas 5x maior, bem bonito mesmo. Demoraram pra entregar mas ficou joia. 

Viagem pro Brasil foi ótima, vimos família e amigos, comi pra caramba, ganhei vários quilos, hehe, mas 2 semanas depois chegou a hora da tenseira: A volta!

Fomos fazer o checkin usando aqueles tokens mas e' impossível. Mesmo com o agente da United liberando, não deu. Ai fomos pro presencial. 

La no checkin, o cara não estava conseguindo liberar nossas passagens (só de escrever isso arrepiei inteira),😨 então ele chamou uma supervisora e ela disse, ah, e' porque eles são residentes permanentes, você tem que colocar um passo antes de começar. Ai' ela começou a soletrar um monte de código pra ele e deu tudo certo. 

Ele pediu desculpas porque era a primeira vez que estava vendo aquilo, disse que teríamos que pegar nossas malas em Chicago mesmo que as etiquetas estivessem mostrando Winnipeg como destino final e que teríamos que fazer a imigração em Chicago. 

Ele disse a mesma coisa que vários brasileiros me falaram, que 2h de conexão era tempo mais do que suficiente pra fazer tudo, "e' só não fazer muita compra no free shop".

Eu não gostei da viagem pra Chicago, o voo de volta deveria ser melhor, mas não dormi quase nada, a cadeira não descia direito, a comida achei bem pebinha.

Eis o que aconteceu quando chegamos em Chicago. 

Encontramos uma fila, mas isso e' normal, sempre tem fila. Fui no banheiro rapidinho, mas isso foi suficiente pra atrasar a gente. 

Dica: Vá no banheiro no avião antes de pousar.

Ficamos 1h25 minutos na fila da imigração. 
O agente pergunta o que você vai fazer nos EUA, falamos que estamos em transito pro Canada.
O que vai fazer no Canada? Moramos la, estamos voltando pra casa.
Liberaram.

Corremos pra pegar nossas malas, passamos pelo agente das malas. Fomos pro guichê da United logo a frente e despachamos nossas malas. Descobrimos que tínhamos 20 minutos pra trocar de terminal e encontrar o portão F14. 😓

Tinha um trem pra trocar de terminal logo na saída da sala das malas. 

O trem era super lerdo, subimos escada rolante, descemos escada, chegamos na segurança.

Cara, são muitos passos! E ninguém e' gentil. E eles são preconceituosos com pessoas de cor, os branquinho tudo passando reto, pessoas com cara de imigrante todos tiveram que passar por dentro daquela maquina que faz o raio-x de você. E fomos atrasados por uma indiana que não tirou o casaco la trás. Depois, calçamos nossos sapatos, colocamos os cintos, os casacos e saímos correndo em direção ao portão F, chegamos no portão faltando 2 minutos pra começar o embarque. NÃO RECOMENDO viver assim!

Quando comprarem passagem de volta, tenha no minimo 3h de escala. 

Enfim, entramos no aviãozinho. Muito pequeno, serio, nem o avião pra Conquista e' tao pequeno.

Chegando no Canada, fomos falar com o agente da imigração. Ele pergunta onde você estava, por quanto tempo, por que, e quanto trouxemos de presente e compras. Escrevemos $150 no papel la e eu estava contrabandeando doce de leite. Todo mundo traz e eu a medrosa, nunca trouxe comida. Não escrevi naquele papel que estava trazendo mas quando o agente da imigração me perguntou, eu falei que sim, porque eu não conseguia mentir pra ele. 

Tive que abrir a mala e mostrar. 

Se você estiver trazendo doce de leite numa lata como eu, diga que e' "a type of Nutella made in Brazil, not liquid, in a sealed can, like a spread". E ai você e' liberado. 

Eu sou imbecil, eu sei, não sei mentir pra policia. Essa parte eu não aprendi no Brasil. Sou bem trouxa por isso que a carta de Hogwarts nunca chegou. 

E pronto! E' isso! Nada demais. Somos chiques, não temos visto pro Canada, temos um cartão. Um cartão muito poderoso que nos da uma vida muito boa aqui. 

Mal posso esperar pra fazer a prova de cidadania ano que vem.